Mesmo sendo estratégico para as empresas, a integração de novos empregados ainda costuma ser feita de maneira informal e sem um programa estruturado que norteie e promova o entrosamento do profissional com a organização.
É importante compreender que a chegada de um profissional recém-contratado é parte crucial do processo de recrutamento. Quanto mais cedo ele se sentir bem-vindo e preparado para cumprir seu papel, mais rapidamente a empresa poderá colher os frutos da nova contratação. Neste caminho, ter um programa com atividades definidas e previamente preparadas facilita a receptividade desse novo empregado pelos demais colegas, bem como o entendimento da organização e a apropriação de suas responsabilidades, e colocar esse programa em prática é papel indelegável do gestor, com orientação e apoio do RH.
Os primeiros 90 dias de trabalho – período oficial de experiência estabelecido pela CLT – são cruciais. Logo quando chega, o profissional deve ser apresentado à história da empresa, sua missão, visão, valores, estratégias, normas internas, hierarquia, etc. Isso é importante para que o empregado comece a criar vínculos com a organização e a se sentir parte dela. O recém-chegado também deve ser apresentado formalmente para os colegas da equipe e demais setores.
Em seguida, o gestor precisa alinhar os aspectos técnicos do cargo com o novo empregado, para que ele tenha clareza do papel que irá representar na empresa. Ele precisa ser apresentado ao seu espaço e ferramentas de trabalho, assim como aos resultados que estão sendo esperados com a sua atuação e de que forma eles serão monitorados. Por fim, é essencial que o líder estabeleça reuniões periódicas para discutir a adaptação do novato e possíveis ajustes ou esclarecimentos. Parece trabalhoso, mas faz diferença no resultado das contratações. E desta forma, ganha a empresa e o empregado.
Autoconhecimento significa o conhecimento do indivíduo sobre si mesmo. É saber o que se é, o que realmente se busca, quais suas características positivas e quais precisam ser aperfeiçoadas, é conhecer efetivamente o que o faz agir de determinada forma. Tanto no âmbito pessoal quanto no profissional, o autoconhecimento tem sido tema de debates constantes e é considerado, atualmente, fator essencial para o desenvolvimento, principalmente para quem atua em cargos de liderança.
Culturalmente, nós não somos ensinados a olhar para nós mesmos, por isso estamos sempre mais preocupados em observar e avaliar o outro. Porém, no exercício da gestão, é só através do autoconhecimento que vem a confiança necessária para liderar e buscar resultados. Isso porque, antes de gerir alguém, é necessário que o gestor lidere a si mesmo, conheça suas emoções, padrões de comportamento e o que o leva a ter determinadas atitudes.
Além de ajudá-lo no seu aprimoramento como pessoa e como profissional, o autoconhecimento também é importante para a construção de vínculos e de laços fortes com seus liderados, que precisam ver, no líder, um exemplo. No fim das contas, autoconhecimento é basicamente estar sempre em busca da sua melhor versão, reconhecendo seus sentimentos e gatilhos emocionais e sabendo como controlá-los.
Por ser um processo de construção contínuo, já que estamos sempre mudando, não é um caminho fácil, mas é necessário. É fato que nunca vamos conseguir ter consciência plena de nós mesmos, mas quanto mais nos conhecermos, mais domínio teremos do nosso comportamento, facilitando os relacionamentos interpessoais e as tomadas de decisão.
Quem nunca ouviu as celebres frases: “mas isto era óbvio” ou “você tinha a obrigação de saber”? De modo geral, no dia a dia de trabalho, não é incomum acontecerem erros ou atrasos causados unicamente por falhas na comunicação e mal-entendidos. Por isso, mesmo nas orientações mais simples, é preciso atenção, pois o que é evidente na nossa concepção pode passar despercebido para quem está à nossa volta.
Muitas vezes achamos que existem coisas óbvias que não precisam ser ditas ou reforçadas. Supomos que as pessoas já conhecem as regras, os procedimentos, as suas responsabilidades, etc. Porém, é preciso atentarmos para duas questões: a primeira é que, por sermos seres únicos, pensamos e interpretamos as coisas de formas diferentes. E a segunda é que o silêncio nem sempre é a melhor forma de se comunicar e esclarecer expectativas ou posicionamentos.
Por isso, é papel do gestor colocar em prática, no seu dia a dia, uma comunicação mais transparente e que contemple, também, aquilo que para ele parece óbvio, mas que pode dar margem para outras interpretações. Além disso, é preciso exercitar sempre a clareza e objetividade na delegação de tarefas ou responsabilidades, e não esperar que o outro saiba o que tem que fazer porque “é obrigação dele”.
Por parte das equipes, ter atenção com a comunicação também é essencial. É sempre bom o profissional confirmar informações, ter certeza de que entendeu o “recado” corretamente, para garantir que está alinhado com as expectativas do gestor e da empresa. Mesmo nas coisas mais simples ou já habituais do dia a dia, é preciso atenção, para evitar falhas e retrabalho. E se a mensagem não ficou clara, não há mal nenhum em pedir mais explicações. Em resumo, explicitar ou confirmar o óbvio nunca vai ser perda de tempo.
Atualmente, um dos grandes desafios das empresas é a retenção de jovens profissionais. Segundo dados de pesquisa recente realizada com brasileiros abaixo dos 30 anos, 78% dos respondentes pensa em mudar de empresa caso não suba de cargo em até dois anos. Ou seja, paciência não é a maior característica dessa geração. Porém, para as organizações, usar a promoção como principal ferramenta para motivar e reter talentos pode não ser sustentável.
Se por um lado as empresas precisam lidar diariamente com a pressão dos seus profissionais para ascenderem na carreira e, com isso, receberem salários cada vez maiores, por outro, é preciso muito cuidado para não acabar sobrecarregando a folha de pagamento. Afinal, é grande o risco de chegar em um patamar de só ter profissionais especialistas em seu quadro e não conseguir mais sustentar os custos que isso traz.
É natural e genuíno que todo profissional queira se destacar e ser promovido, mas as empresas precisam saber gerenciar expectativa e realidade. E o caminho para que exista o equilíbrio passa sempre pelo diálogo. Tem que haver transparência na definição das regras dos planos de carreira, quais são as perspectivas de crescimento e metas a serem cumpridas. Os gestores precisam estar próximos das pessoas, dialogando e deixando claros os benefícios de estar na empresa, para além do desejo por uma promoção ou aumento salarial.
Além disso, as promoções só devem existir quando realmente houver a necessidade do cargo e as condições financeiras da organização permitirem. Do contrário, ela estará caminhando para um destino contrário ao da sustentabilidade.
Ver a sua empresa crescendo e dando resultados cada vez maiores é o sonho de todo empresário. Entretanto, até mesmo algo positivo como um grande contrato assinado ou o fechamento de uma venda expressiva pode se transformar em pesadelo caso não haja planejamento e “pé no chão”.
Não é incomum vermos empresas tomando decisões ou aceitando grandes contratos sem antes olhar para dentro. Elas são mobilizadas pela vontade de aproveitar as oportunidades e pelo desejo de crescer, porém, esquecem de fazer uma análise crítica dos impactos financeiros e estruturais que esse crescimento pode trazer.
Prever os custos com as novas demandas de trabalho, se vai precisar contratar mais mão de obra ou se precisará adquirir mais matéria prima e equipamentos, e se tem recursos financeiros suficientes são bons exemplos. Esses são pontos básicos que precisam ser avaliados quando se pensa em “crescimento planejado”.
A experiência mostra que ascender de forma desordenada e sem um bom plano a ser seguido pode não ser sustentável considerando o médio e longo prazo. É essencial pensar racionalmente e ser realista para não correr o risco de dar um passo maior do que as pernas.
Quando se “paga pra ver” sem antes realizar algumas análises, pode-se estar optando por correr um risco fatal ao negócio. E o que é oportunidade, transforma-se numa ameaça.
Os limites da informalidade
Em algumas empresas, no geral aquelas que exigem um trabalho mais criativo, as “normas” são menos rígidas, os profissionais têm uma maior liberdade de atuação, seja para se expressar, se vestir ou até mesmo com seus horários e a rotina de entrega de tarefas. No entanto, mesmo nesses ambientes mais flexíveis, alguns limites e regras de etiqueta precisam ser respeitados.
É fato que o mercado de trabalho mudou nos últimos anos, principalmente quando falamos de empresas mais “jovens”, como startups ou agências de publicidade e comunicação, por exemplo, onde comportamentos mais informais são bem aceitos e comuns no dia a dia. Por outro lado, o que temos visto é que muitos profissionais, usando o “manto” da informalidade, estão esquecendo de atitudes que passam, em primeiro lugar, pelas boas maneiras.
Quando o perfil do ambiente de trabalho permite, o profissional pode sim ter um comportamento mais informal dentro da empresa. Porém, quando envolve relacionamento com clientes, networking e outras situações que podem refletir em como a organização e ele próprio são vistos pelo mercado, é preciso ter tato. Afinal, em sociedade e no mundo corporativo, a falta de traquejo pode levar a situações embaraçosas, impacto negativo na imagem profissional e até mesmo a perdas significativas, inclusive de um bom negócio.
Saber se apresentar e se portar numa reunião ou evento de trabalho; atentar para a linguagem que utiliza – evitando palavrões e gírias; se estiver em um almoço ou jantar de negócios, por exemplo, saber se comportar à mesa, são apenas alguns exemplos de situações e comportamentos que exigem certa formalidade e uso das regras de etiqueta. Na dúvida, observar o estilo dos ambientes que frequenta, seja empresa ou cliente, e optar pela sobriedade ou básico são sempre os melhores caminhos para não se cometer gafes.
No dia a dia profissional, é frequente recebermos atribuições ou tarefas que dependem do contato ou retorno de terceiros. Porém, mais comum ainda, são aquelas pessoas que acham que, para tirar a demanda da sua lista de pendências, basta encaminhar a tarefa, o que é um erro.
Sabemos que o cotidiano empresarial é corrido, muitas vezes ficamos sobrecarregados e que, para muita gente, a lista de tarefas a cumprir só faz crescer. Porém, é essencial entender que, uma vez que a responsabilidade por uma demanda é designada a você, é preciso acompanhá-la até a sua resolução.
Não basta mandar um e-mail ou mensagem no WhatsApp, ou até mesmo um aviso de que precisa falar com a pessoa ou acessar alguma informação, e achar que fez a sua parte já que a “bola” está com outro. Afinal, responsabilidade não é algo que se transfere, e se determinada tarefa lhe foi atribuída, é porque alguém o julgou capaz de atendê-la e faz parte do seu pacto de trabalho.
Então, vale sempre lembrar que, no âmbito profissional, no final, o que vale é o resultado, e não apenas o esforço ou a tentativa. Se você não conseguiu resolver a pendência por um caminho, tente outras possibilidades. Seja proativo e busque alternativas práticas para resolver suas pendências. Do contrário, a lista de “coisas a fazer” nunca vai diminuir.
O planejamento estratégico é uma ferramenta essencial da gestão que tem como função principal auxiliar as empresas a identificar seus desafios e estabelecer onde pretendem estar a longo prazo. Porém, muito embora trate prioritariamente do futuro da organização, são muitos os planejamentos estratégicos que falham por não considerar questões operacionais que quando não trabalhadas, inviabilizam o estratégico.
Muitos empresários e gestores ainda entendem o planejamento estratégico como algo que só considera aquilo que terá impacto direto no futuro, e acabam esquecendo de considerar problemas do cotidiano que estão impedindo que os avanços aconteçam. Ou seja, por mais que olhar para frente seja essencial para garantir a competitividade das empresas, quando não existe equilíbrio entre o que acontece no presente e o que se espera para os próximos anos, dificilmente o que foi planejado sairá do papel. Afinal, para chegar no futuro é preciso cuidar do presente.
Por isso, ao identificar que o planejamento não está acontecendo como o previsto, é hora de verificar se não existe uma barreira no operacional que está travando os avanços. Muitas vezes são problemas pequenos ou pontuais, mas que não podem ser desconsiderados ou minimizados. Neste caminho, vale estabelecer reuniões para compartilhar e discutir dificuldades do dia a dia que estão dificultando o andamento da estratégia. Desta forma, se estabelece o hábito de pensar no hoje sem descuidar do futuro.
Recrutamento e seleção são processos de gestão de pessoas presentes em todas as empresas, algumas com as políticas mais claras e definidas e outras ainda fazendo de forma empírica e intuitiva. Essas atividades não se resumem a anunciar as vagas e fazer entrevistas, existem técnicas que, quando subestimadas, têm consequências diretas na qualidade das equipes de trabalho.
Apesar da importância do recrutamento e da seleção estar presente no discurso das lideranças, muitas organizações acabam optando por caminhos aparentemente mais fáceis no momento em que precisam contratar alguém – como, por exemplo, aceitando indicação de amigos e colegas de trabalho sem prévia avaliação do profissional, e tendo que encarar uma contratação equivocada. Para evitar cair em algumas armadilhas típicas de processos de recrutamento e seleção, vamos trabalhar algumas orientações:
A primeira ação deve ser definir o perfil do profissional mais adequado para a vaga a ser ocupada, considerando habilidades técnicas e comportamentais. Depois, é o momento de preparar o anúncio da seleção, definir os locais de publicação e o prazo limite para recebimento de currículos. A partir daí se inicia o processo de análise do material recebido. É importante ter bastante atenção para identificar quais candidatos realmente se encaixam no perfil estabelecido anteriormente.
As entrevistas são indispensáveis para acertar na escolha, por isso, o ideal é não se limitar apenas a um encontro. Conversas individuais e dinâmicas em grupo podem ajudar e muito na avaliação, e nesta etapa é fundamental o envolvimento dos futuros gestores do profissional para que possam ter uma participação ativa na decisão de contratação. Por mais que haja empatia logo “de cara” e que o profissional mais cotado atenda a todos os pré-requisitos, é preciso amadurecer a escolha para minimizar a chance de falhas.
Além disso, quanto mais informações forem reunidas sobre os candidatos, maiores serão as chances de sucesso na contratação. É importante estudar a vida pessoal e familiar, pois ajuda a perceber se eles têm valores parecidos com os da empresa, e também buscar referências profissionais anteriores, pois a visão de quem já esteve com eles no dia a dia de trabalho trará melhores indícios sobre caráter, desempenho e comprometimento.
Em resumo, recrutamento e seleção é um processo que demanda cautela e, principalmente, paciência. Contratar um profissional “para ontem” é sempre um risco. Por isso, vale investir um pouco mais de tempo para aumentar as chances de escolher o candidato mais apropriado para a vaga e para a empresa.
Ter sucesso na sua área de atuação e, claro, ser bem remunerado por isso, é o desejo da grande maioria dos profissionais. Porém, é comum encontrarmos pessoas que colocam como prioridade na carreira apenas ganhar dinheiro e que vão atrás das tendências e modismos do momento, sem considerar seu perfil de competência.
É compreensível que os profissionais, principalmente os mais jovens, sejam atraídos pelas carreiras ou atividades de atuação que estão “na moda”. No entanto, poucos consideram que os modismos e as tendências de mercado, invariavelmente, tendem a mudar, transformando-se numa armadilha e frustração profissional. O risco, no fim das contas, será o profissional se ver, no futuro, trabalhando em uma área que já não tem tanto destaque e que não o realiza financeiramente nem é o que gosta de fazer.
É importante entender que uma profissão por si só não garante o sucesso, mas sim a forma como nos colocamos estrategicamente em nossa carreira. É preciso, sim, estar antenado nas tendências e movimentos do mercado, mas sempre buscando atuar naquilo que se identifica e sabe fazer melhor, tendo o dinheiro como uma consequência.
Neste caminho, são muitas as variáveis a serem consideradas: identificação com a área, situação do mercado, conhecimento e recursos que a atividade exige, entre outras. Mas o que vai fazer realmente a diferença é ser bom no que se propõe a fazer, ocupando lacunas de competências do mercado. E fazer a diferença é quase impossível quando não se tem afinidade com o trabalho que realiza.