Estou pensando em largar minha carreira em uma empresa consolidada para empreender em uma área com a qual me identifico e tenho habilidade. O que devo fazer para potencializar as chances desse novo negócio dar certo?
Em primeiro lugar, precisamos deixar claro que ser dono da própria empresa não é nada fácil. Ainda hoje, muitas pessoas têm uma visão romantizada e acreditam que é preciso empreender para ser feliz, para ser bem sucedido e para ter qualidade de vida, o que pode ser um equívoco.
A grande verdade, porém, é que por mais que seja gratificante ver uma ideia saindo do papel, na maioria das vezes este caminho é cheio de dificuldades, desvios e becos sem saída. Por isso, os futuros empreendedores precisam ter uma visão muito clara dos riscos envolvidos antes de iniciarem um novo negócio, mesmo que seja em uma atividade na qual tenham grande habilidade.
No geral, a realidade do empreendedorismo é o trabalho duro. Ao se tornar seu próprio chefe, você vai trabalhar muito mais, ter mais responsabilidades e também colocar a mão na massa, às vezes, em atividades muito operacionais. Para empreender, então, você precisa estar preparado para isso e buscar se aprofundar em questões que passam pela gestão do negócio, como elaboração do planejamento estratégico, levantamento de orçamentos, estudos de mercado, precificação, construção de marca, comunicação com o público-alvo, estratégia de vendas, entre outras.
São muitos os processos por trás de uma nova empresa que precisam de atenção para que a ideia dê certo, e sabemos também que nem sempre é possível, de início, se cercar de diversos profissionais capacitados em cada uma dessas atividades. Porém, é indicado se organizar para ter, ao menos, uma pessoa com qualificação para dividir as tarefas e atribuições do dia a dia. Do contrário, você correrá o risco de não ter espaço para crescer e acabar virando um “escravo” do negócio.
E por último, mas não menos importante, é recomendado, antes de pensar em empreender, garantir uma reserva financeira mínima que seja capaz de manter o negócio e a si mesmo durante o intervalo de seis meses a um ano. Isso porque, salvo algumas exceções, quase nenhuma nova empresa dá retorno em seus primeiros meses de funcionamento e grande parte dos novos negócios fracassam não por não serem frutos de boas ideias, mas sim porque não foi lhes dado o tempo suficiente para que amadurecessem e começassem a dar resultados.
A valorização da diversidade é uma das maiores transformações sociais que estão ocorrendo nas empresas atualmente. Juntamente com os avanços digitais, elas estão acarretando grandes mudanças no mundo corporativo. Mas o que significa, de fato, a diversidade nas organizações?
É uma confusão comum achar que o termo diversidade se refere apenas a questões ligadas às pessoas com alguma deficiência ou de orientações sexuais diversas. O conceito, na verdade, vai muito além dessa percepção. A diversidade engloba as diferenças entre as pessoas e envolve raça, etnia, gênero, idade, habilidades físicas e mentais, religião, peso e aparência. Também podemos incluir nessa lista os atributos que definem a identidade e a forma de interagir e se relacionar de cada indivíduo.
Porém, muitas empresas ainda se apegam a conceitos pré-estabelecidos e ficam “aprisionadas” na busca por profissionais com perfis padronizados, seja para ganhar tempo no processo de alinhamento com a identidade da organização ou até para minimizar os conflitos, o que pode ser um erro. A experiência mostra que quando as empresas investem em pessoas com estilos, gêneros e vivências diferentes, os ganhos são consideráveis.
Equipes com formações e origens diversas podem ter muito mais facilidade em criar soluções e flexibilidade para adaptar-se a novas realidades de mercado. Além disso, formas de pensar e experiências diferentes podem ajudar, e muito, nas tratativas das questões do dia a dia profissional e, também, na promoção de ideais inovadoras.
Sabemos que pode parecer desafiador trabalhar com a diversidade e que, muitas vezes, pode até ser desconfortável aceitar a visão do outro. Mas os benefícios são tão maiores que o desafios que, sem dúvidas, vale a pena tentar.
Em um mercado cada vez mais acirrado, as empresas que querem se destacar e se manter competitivas precisam ter em suas equipes profissionais com perfil empreendedor. Ou seja, pessoas capazes de enxergar o negócio como um todo e que se comprometem com os resultados, agindo como se fossem os donos do negócio. Afinal, são as pessoas que fazem as empresas produtivas e competitivas. Mas o que as organizações devem fazer para transformar empregados em empreendedores?
Não é novidade que ter profissionais que vestem a camisa e que têm perfil competitivo pode trazer ganhos para as empresas, como o aumento do engajamento e cuidado com a qualidade dos trabalhos, comprometimento com o desempenho do negócio, além do desenvolvimento de equipes mais autônomas e confiantes. E para o empregado que está inserido em organizações que incentivam e valorizam essa “veia” empreendedora, também existem ganhos.
Dentre eles, o aumento na remuneração, quando associado ao alcance dos resultado, maior possibilidade de exercer seu potencial criativo, de participar das decisões estratégicas e de atuar com mais autonomia. Porém, para as empresas que desejam, de fato, ter profissionais empreendedores e competitivos, é importante cada vez mais investir em um ambiente de trabalho propício e estimulante para que as ideias aconteçam.
Criar espaços de discussão, dar abertura para o novo, controlar a cultura de “caça aos culpados” e dar suporte nas dificuldades são condições indispensáveis. Afinal de contas, se o que prevalecer na organização for a cultura do medo de errar ou de ser repreendido, o resultado, inevitavelmente, será profissionais desmotivados e pouco colaborativos. Reconhecer e elogiar as boas práticas também é fundamental para que o profissional se sinta reconhecido, valorizado, estimulado e estratégico para a organização.
Em geral, para que os empregados se vejam e trabalhem como donos do negócio, depende muito mais da empresa do que do próprio profissional. Se ele encontra condições para agir desta forma, a tendência é que esse comportamento proativo prevaleça. O segredo está em emponderá-lo.
Já abordamos algumas vezes o tema RH estratégico: o que significa, como atua e os ganhos que traz para as empresas. De modo geral, o RH estratégico atua como uma ponte entre a estratégia da empresa e as equipes de trabalho, cujo alicerce são as lideranças. Porém, o que ainda se vê entre os gestores é a associação do RH a algumas atividades básicas, mais “lúdicas” e menos complexas, e uma atuação ainda passiva por parte dos profissionais da área.
A experiência mostra que, para ser estratégico, o RH precisa ser ativo e ter um posicionamento claro e firme, sempre que necessário. Isso porque cuidar da gestão de pessoas com o objetivo de desenvolver equipes competentes, produtivas e estáveis exige um posicionamento crítico em prol dos interesses e metas da empresa.
Logo, por mais que o RH estratégico tenha a função de atuar como um parceiro do negócio, assessorando os líderes na prática da gestão de pessoas, isso não significa que deva ficar passivo diante de situações mal conduzidas. É nessas horas que ele precisa atuar com criatividade e habilidade para defender os interesses e objetivos da organização, mesmo que tenha que desagradar equipes e lideranças.
Ou seja, o RH, para ser estratégico, vai precisar tratar situações delicadas com as lideranças e dizer a elas o que precisam ouvir, e não o que querem ouvir. Cabe aos gestores aprenderem a aceitar opiniões divergentes, lidar com conflitos e, eventualmente, serem contrariados, em função dos interesses da empresa.
Em resumo, ser guardião da visão, missão e valores da organização e sustentar as diretrizes da gestão de pessoas não é uma tarefa fácil e exige posicionamento consistente, claro e firme, mas são fatores essenciais para que o RH seja, de fato, estratégico.
Acabei de assumir um cargo de liderança e a grande quantidade de processos, a pressão e cobrança constante por resultados e os conflitos que preciso mediar estão me tirando o sono. É possível equilibrar as demandas de um cargo de gestão para não sucumbir ao estresse?
Segundo uma pesquisa realizada pela Forbes, a profissão de gerente está entre as dez mais estressantes de todas. Isso porque, além de ter que resolver questões burocráticas e administrativas, o gestor precisa ainda lidar com a mais complexa das funções: gerenciar pessoas.
Ou seja, delegar tarefas, dar feedbacks, ouvir reclamações e propor soluções. Realmente, dar conta disso tudo sem acabar com os nervos à flor da pele não é fácil e pode assustar quem está começando, mas não é impossível. Confira algumas dicas:
1 – Saiba estabelecer limites para o que pode realizar ou decidir enquanto líder. Nem tudo poderá ser resolvido por você e isso não é o fim do mundo;
2 – Ouça a equipe, deixe que ela se posicione, mas administre as demandas ou reinvindicações de acordo com os interesses da empresa. Para isso, é preciso saber mediar;
3 – Mobilize as pessoas para que elas conheçam e trabalhem alinhadas com o projeto coletivo da empresa. Cada empregado deve entender seu papel dentro da organização para que os processos fluam sem muitos percalços e os objetivos sejam concretizados;
4 – Não esqueça de cuidar de si mesmo. Administre o estresse, as expectativas, as frustrações e cuide da saúde e alimentação, pois há um grande risco de adoecimento quando não há esse equilíbrio.
De modo geral, um líder não conseguirá se manter são por muito tempo se não souber equilibrar suas demandas e dar escape ao estresse. Neste caminho, vale buscar alguma atividade que traga relaxamento para o corpo e a mente – meditação ou exercício físico, por exemplo.
Também é importante criar hábitos que possam ser colocados em prática durante o expediente, quando a ansiedade apertar. Pode ser uma pausa para um chá, um alongamento ou alguns minutos passados ao ar livre. O importante é não deixar o estresse assumir o controle da situação ou te paralisar.
O conhecimento é uma peça fundamental para quem quer crescer na carreira. Nesse caminho, os profissionais precisam estar sempre em processo de desenvolvimento e capacitação. No entanto, não é prudente esperar de “braços cruzados” para que apenas a empresa aponte os caminhos.
Em meio a um cenário de crise no país, as organizações, muitas vezes, não dispõem mais de verba para promover investimentos na formação dos empregados como faziam antes. Então, mais do que nunca, é hora de ser protagonista e patrocinador do próprio crescimento. Com a chegada de um novo ano, vale a pena definir em que investir e ficar de olho nas oportunidades lançadas no mercado.
Vale buscar capacitação em cursos, palestras, oficinas, treinamentos. Mas desenvolver-se não deve se limitar a isso. Ao contrário do que muitos ainda pensam, existem sim opções, inclusive para quem não tem muito dinheiro para investir. As leituras sobre a sua área de atuação e o bom entrosamento nas rodas de conversa do mercado podem valer mais do que apenas certificados amontoados numa gaveta.
Além disso, nessa corrida pelo saber, participar de grupos de estudo e buscar acompanhamento com um coaching, tutorias e até mesmo conversas com pessoas mais experientes e tempo de carreira, também podem ajudar. A internet, com inúmeros serviços gratuitos de vídeos e áudios sobre temas diversos, é ainda uma boa ferramenta para buscar novos conhecimentos e conseguir ir mais longe.
O fato é que o caminho do crescimento profissional requer atualização contínua e essa busca não tem prazo para acabar. Deve ser algo constante durante toda a nossa vida profissional.
A chegada de um ano novo traz a sensação de que estamos iniciando mais uma etapa em nossas jornadas. É um momento oportuno para planejar e refletir sobre muitos aspectos da vida, entre eles, a carreira, colocando no papel as metas que desejamos alcançar e quais caminhos precisamos trilhar para que elas se concretizem.
Muitos profissionais já atentaram para a importância de estruturar sua própria estratégia, com foco em suas carreiras. Outros nem sequer começaram a pensar neste plano de ação que é essencial para quem tem ambição e deseja crescer profissionalmente.
Neste caminho, o indicado é fazer um balanço do ano que passou, refletindo sobre os erros, acertos, avanços e retrocessos, elencar os objetivos que deseja alcançar e quais ações e ferramentas serão necessárias para que isto aconteça. Além, é claro, de acompanhar e atualizar periodicamente esse planejamento e não esperar para revê-lo só no final do próximo ano.
É fato que pensar na própria estratégia profissional possibilita fazer escolhas e enxergar melhor o caminho a ser trilhado. Ajuda também a persistir diante das dificuldades, pois se tem mais clareza do projeto de futuro e certeza do que se quer. Outro ponto positivo é que, ao traçar as metas que deseja alcançar, a visualização frequente desse plano contribui para internalizá-lo e torná-lo mais real em nossas cabeça, além de instigar e desafiar o profissional, ajudar na produção de ideias e de insights que podem fazer toda diferença na sua carreira.
Portando, a dica de ouro para começar um novo ano com o pé direito é: reflita, planeje, tome as rédeas da sua própria carreira. Afinal, como disse o autor norte-americano Alvin Toffler, “ou você tem uma estratégia própria, ou então você é parte da estratégia de alguém”.
Fui promovido recentemente, mas alguns colegas de equipe não receberam bem a minha promoção, já que agora estou em uma posição diferente da deles. Como devo lidar com esta situação?
Competição e disputa são movimentos naturais do ser humano. As pessoas têm o desejo de crescer, de se destacar em suas posições. A ambição faz parte da vida e pode ser algo saudável, do contrário, ficaríamos estagnados. Porém, no ambiente de trabalho, muitas vezes a promoção de um colega pode gerar um mal-estar naqueles que “ficaram para trás”.
E as reações podem ser sentidas nas atitudes, muitas vezes até involuntárias, mas que também podem acontecer de forma pensada. Resistência à nova hierarquia, boicotes às iniciativas e desmotivação com o trabalho são algumas delas. A empresa precisa ficar atenta a essas situações, orientar e dar o suporte ao novo líder para evitar que esses conflitos afetem o clima organizacional e a produtividade.
Os cuidados já devem começar desde o anúncio da promoção. A empresa precisa deixar claro os critérios que foram considerados e demonstrar firmeza na sua decisão. É necessário que o novo líder seja legitimado diante da equipe e o seu novo papel na organização explicitado. Além disso, é importante pactuar as expectativas e os resultados esperados com o profissional promovido, bem como as atitudes desejadas e os cuidados para que a mudança seja bem sucedida.
Já o profissional precisa ter atitudes e iniciativas que favoreçam a receptividade dos colegas. Jamais deve reagir na mesma moeda aos comportamentos negativos, mas ter firmeza e persistir na sua nova posição. Agir com naturalidade, sem supervalorizar os novos desafios nem assumir um ar de superioridade, ajuda e muito. É claro que a promoção e mudança de cargo vai exigir um certo distanciamento e isolamento, mas abusar da posição de maior poder só irá dificultar o processo de aceitação.
É comum encontrar pessoas com dificuldade em tirar ideias do papel e fazer acontecer seus projetos e objetivos. No geral, aqueles que mais apresentam esse tipo de dificuldade são pessoas que se entusiasmam com facilidade, idealizam e tentam colocar em prática vários projetos ao mesmo tempo, mas que caem na armadilha da falta de planejamento e de foco.
O dinamismo e capacidade de pensar e tirar do papel várias ideias são características que podem ser bastante positivas, principalmente para o desenvolvimento da carreira profissional. Porém, não são raros os casos de pessoas que se perdem em seus objetivos simplesmente porque, na ânsia de tocar vários projetos ao mesmo tempo, acabam perdendo o foco e ficam, como diz a expressão popular, “pulando de galho em galho”.
Quando vamos analisar as causas que levam vários projetos a serem abandonados no meio do caminho, encontramos, em comum, a falta de estruturação das ideias, além do pouco planejamento, paciência e persistência para esperar que os resultados desejados aconteçam. Por isso, é sempre bom lembrar que qualquer projeto vai exigir, na maioria das vezes, tempo e dedicação para que as ideias saiam do papel e possam se tornar realidade.
Além disso, é preciso maturidade e disposição para fazer os ajustes necessários ao longo do caminho. É acreditar no projeto inicial, mas com flexibilidade e cabeça aberta para mudar o que for preciso, até que se esgotem as possibilidades. Afinal, quem desiste antes da linha de chegada, nunca vai ganhar uma corrida.
Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a busca por melhores posições pode ser encarada como uma verdadeira maratona. Porém, é preciso ficar alerta para a importância de amadurecer e vivenciar cada etapa da vida profissional.
Nesse sentido, o tempo fará a diferença, sendo necessário um processo de maturação das oportunidades, lembrando que crescer profissionalmente significa um desafio com muitas disputas e exigências de competências. No entanto, é fato que as pessoas estão querendo chegar sempre mais longe e almejam isso cada vez mais rápido. A aspiração pelo melhor não é nenhum problema. Porém, é preciso controlar a ansiedade e estar mais atento à importância do amadurecimento e da preparação.
Isso porque, quando se pula etapas sem a maturidade necessária, o risco é não conseguir dar conta do desafio. São as experiências que dão bagagem e sustentação para se manter em ascensão e apenas o conhecimento técnico não é o suficiente. Na maratona do crescimento profissional, também não vale ter medo de sair da zona de conforto. Estar aberto a correr riscos e se lançar a novas experiências é essencial, mas sem queimar etapas. Alcançar o topo é o sonho de todo profissional, mas neste caminho, as palavras de ordem são preparação e cautela, mas com ousadia.