O momento de escolher a profissão ou de planejar a carreira é permeado por uma série de incertezas. Questões como aptidão, mercado de trabalho e qualidade de vida pesam bastante nessa hora, mas, sem dúvida, uma das mais controversas e que gera discussões bastante calorosas é a remuneração.
Quem nunca foi aconselhado a escolher determinada profissão porque “paga bem”? Porém, se de um lado há os defensores da máxima “dinheiro não é tudo, mas é 100%”, de outro, muitos defendem que a remuneração é importante, sim, mas não é o único parâmetro para se medir uma carreira bem-sucedida e a realização profissional.
Ao optar por uma profissão, o jovem normalmente busca satisfação, visibilidade e sustentabilidade financeira. É aí que entra a discussão sobre remuneração. Porém, mais do que um meio para garantir a tão almejada independência, a remuneração também é uma maneira de o profissional perceber o valor do seu trabalho, uma forma de se sentir reconhecido e de ter seus esforços recompensados.
Já as empresas buscam proporcionar satisfação profissional, um bom clima organizacional e, claro, remuneração justa, de acordo com o que é praticado pelo mercado. Esta última é um importante meio para reconhecer e reter os talentos, ainda mais quando se trata de profissionais em funções estratégicas. Mas, afinal, o que seria essa tal remuneração justa?
Antes de mais nada, não se trata necessariamente de salários altíssimos, e sim compatíveis com a natureza do trabalho desempenhado e capaz de proporcionar ao profissional reconhecimento, sustentabilidade financeira e qualidade de vida. Nem tão baixa a ponto de prejudicar seu sustento (óbvio!) nem tão alta a ponto de se tornar um peso para a empresa e pior: dificultar a recolocação do profissional no mercado de trabalho caso ele queira ou precise trilhar outros caminhos.
Vale esclarecer que a remuneração vai além do salário direto, passa por pacotes de benefícios e remuneração variável oferecidos aos profissionais. Como satisfação e qualidade de vida interferem diretamente na produtividade e no comprometimento das equipes, as empresas têm optado por associar os pacotes de benefícios (planos de saúde, carro, celular e capacitações, entre outros) à política salarial, além de distribuição dos resultados financeiros para a equipe com base numa avaliação de desempenho. Com esses mecanismos de remuneração, aumenta a possibilidade de carreira e sucesso para o profissional e para a empresa.
Muitas empresas estão dispostas a pagar bons salários e oferecer ótimos pacotes de benefícios. Em contrapartida, buscam o que há de melhor no mercado: profissionais que investem em capacitação, com boa bagagem cultural, proativos e dispostos a superar desafios. Se você não tiver aptidão ou não se identificar com a carreira que escolheu, dificilmente terá esse perfil.
Como vimos, não dá para subestimar a importância de uma remuneração justa, mas precisamos ter sempre em mente que ela, sozinha, não é garantia de satisfação na carreira. Por isso, é arriscado fazer escolhas motivadas apenas pelos ganhos financeiros. Quando encontramos uma empresa que nos dá oportunidades de desenvolvimento profissional, possibilidade de carreira, bom clima de trabalho, onde construímos bons vínculos e nos identificamos com o trabalho, a tendência é nos sentirmos motivados e satisfeitos. E, via de regra, quando trabalhamos motivados, a boa remuneração é uma consequência natural.
O ingresso no mercado de trabalho, em geral, começa com dois passos importantes: a elaboração de um currículo e a participação em uma entrevista. Eles — currículo e entrevista — representam, portanto, a oportunidade de se apresentar para o mercado. E, lembrando a máxima de que a primeira impressão é a que fica, alguns cuidados são indispensáveis para se criar uma boa imagem.
O currículo é o seu primeiro contato com a empresa, possivelmente até com o próprio entrevistador. E, com certeza, ele será avaliado sob diversos aspectos. Em primeiro lugar, a apresentação do próprio documento. Escolha com atenção o tipo e o tamanho da fonte: é preciso apresentar um currículo sóbrio, legível e sem excessos. As informações devem estar dispostas de forma clara e organizada. E muita atenção ao redigir: o descuido com o uso da língua portuguesa pode trazer grandes prejuízos à sua imagem.
Ao selecionar as informações a serem incluídas, lembre-se: quantidade não é qualidade! É certo que todas as informações relevantes ao cargo pretendido devem estar disponíveis, mas nada impede que isso seja feito com objetividade. Além dos dados indispensáveis, como nome completo, data de nascimento e contatos — endereço, telefone e e-mail —, é importante apresentar a área e as funções de interesse, com base em sua experiência e/ou suas aptidões. Mais uma vez, vale lembrar: quanto mais objetivo, melhor. E atenção: números de RG e CPF não precisam constar do currículo.
A formação e a trajetória profissional merecem atenção especial. Informe sempre a escolaridade — local e data do último grau concluído — e cursos de capacitação relevantes à vaga para a qual está se candidatando. A trajetória deve ser descrita em ordem cronológica decrescente — da experiência mais recente à mais antiga —, informando período de atuação, função exercida e descrição sintética das atividades. Ao mencionar idiomas e informática, lembre-se de indicar o nível de conhecimento. Referências profissionais e remuneração pretendida são opcionais, a menos que a empresa solicite.
Mantenha seu currículo sempre atualizado e fique atento às oportunidades que surgirem. Para os candidatos de primeira viagem, que ainda não têm experiência profissional — como no caso do primeiro estágio —, o relato de seu objetivo profissional pode ser relevante. Além disso, cursos realizados e experiências com monitoria e pesquisa na universidade podem contar para a escolha do candidato à entrevista.
Com o currículo elaborado, o próximo passo é a entrevista. E os cuidados com a boa impressão começam antes mesmo desse contato. Atenção ao vestuário: na dúvida, opte pelo básico e clássico. Evite excessos de cores, acessórios exuberantes, decotes e saltos muito altos. Outro item indispensável é a pontualidade: chegar atrasado sugere desrespeito pelo entrevistador e pelos demais candidatos e pouco interesse pelo processo.
Durante a entrevista, esteja atento à postura e seja educado com o entrevistador e os outros candidatos: nunca interrompa a fala de alguém, saiba ouvir com atenção e não fale em excesso. Descreva sua trajetória profissional com seriedade, clareza e objetividade. Seja para um profissional cheio de experiências exitosas e bons resultados, seja para um profissional em início de carreira, buscando as primeiras experiências, uma coisa é imprescindível: bom-senso.
Por fim, é do currículo que depende uma primeira impressão positiva. Assim sendo, não hesite em ler e reler o seu, atualizando-o sempre que houver algo de relevante a acrescentar, além de cuidar da sua imagem e se preparar corretamente para uma entrevista. Já que a primeira impressão é a que fica, mãos à obra!
Administração do tempo
“O tempo é o recurso mais escasso.” A advertência do papa da administração, Peter Drucker, tem sua veracidade atestada diariamente por milhares de profissionais. E ganha ainda mais ares de verdade quando se trata de um estudante às vésperas do vestibular.
Chegado o meio do ano, muitos feras percebem não ter cumprido o planejado para o primeiro semestre. Daí para a sensação de que não vão dar conta do recado até a data do vestibular é um pulo. Seja como for, o fato é que o tempo perdido é irrecuperável. E ficar chorando o leite derramado só vai gerar mais… perda de tempo.
Portanto, o momento é de arregaçar as mangas e maximizar o período que resta. Em primeiro lugar, deve-se partir do pressuposto de que nunca haverá tempo suficiente para fazer tudo o que tem de ser feito. É hora, então, de ficar atento e fugir dos “ladrões” de tempo, uma série de pequenas armadilhas que roubam minutos preciosos do dia a dia: telefonemas desnecessariamente longos, excesso de disponibilidade — lembre-se de que é preciso selecionar a quem e quando dizer sim ou não —, colegas que querem conversar, deslocamento no trânsito, ausência de um plano de estudos cotidiano e de prazos autoimpostos, bagunça, perfeccionismo exagerado.
Contornar esses fatores já é meio caminho andado para ganhar tempo. Outro item que ajuda a racionalizá-lo é a organização tanto do material como do ambiente de estudo. Domado o tempo, o último passo deve ser planejar bem o que fazer com ele. E aí o importante é:
• Estabelecer prioridades, ações que não podem deixar de ser feitas e que estejam baseadas na sua realidade, e não no que “todo mundo está fazendo”.
• Definir o nível de conhecimento que tem e escolher as prioridades com base nos seguintes critérios: peso das disciplinas, aptidões e área em que concorre.
• Determinar o tempo dedicado ao estudo individual e às atividades coletivas (aulões, simulados, discussões, etc.).
No mais, é indispensável também programar pausas para atividades prazerosas, sem, contudo, permitir que isso redunde num ócio excessivo — luxo a que ninguém, sobretudo o vestibulando, pode se dar.
Escolha profissional
Na vida, há pelo menos duas grandes escolhas que muita gente precisa fazer: a profissão a seguir e a pessoa com quem viver. Ambas são determinantes para as trajetórias profissional e pessoal. A diferença entre elas é que a primeira geralmente tem de ser tomada em uma fase ainda muito prematura da vida. Isso talvez explique a dificuldade de boa parte dos jovens ao se deparar com a maior questão do vestibular: “E então, o que você quer ser para o resto da vida?”.
Não se trata de um momento fácil. Dessa escolha, depende o sucesso profissional. Portanto, deve-se estar preparado para ela. É importante fazer um teste vocacional e conversar com profissionais do mercado. Isso pode ser útil e apontar caminhos num momento de muita influência de pais e amigos. Essa influência — aliada à procura por profissões supostamente valorizadas e lucrativas — pode levar o fera a optar por algo para que não tenha talento. Um equívoco, pois é quase impossível ser bem-sucedido quando não se tem vocação para a profissão escolhida.
Outro fator que costuma desviar muita gente do caminho desejado é a falta de confiança no próprio potencial. Há pessoas que não se sentem capazes e, para fugir da concorrência, terminam optando por um curso “parecido”, na esperança de conseguir uma transferência interna ou de simplesmente se satisfazer com aquela opção enviesada. O resultado é conhecido: alunos desmotivados, profissionais insatisfeitos e evasão escolar altíssima.
Como se vê, é uma decisão de muitas variáveis e que, bem ou mal, repercute para o resto da vida — razão mais que suficiente para ser tomada de forma madura. Assim, se você ainda não está preparado, adie o vestibular. É uma opção difícil, mas, muitas vezes, necessária.
Aproveite o tempo para pensar, preparar-se melhor e tomar uma decisão confiante. Ninguém é obrigado a prestar vestibular, sobretudo se é muito jovem ou imaturo. E o que é taxado de “perda de tempo” hoje pode significar um ganho enorme no futuro.
A importância da qualidade
As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contínuas, aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao fenômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupação com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores.
Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajustando às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar os novos desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos clientes, as empresas precisam de profissionais competentes e que realizem suas atividades com qualidade.
Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem corporativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia, significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma positiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agregam valor ao seu trabalho.
Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compatível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir).
Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmico, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que representa qualidade para uma empresa não necessariamente o é para outra. Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional, procure entender quais são as competências valorizadas naquele ambiente de trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas com qualidade.
Muito se tem falado em apagão de mão de obra em Pernambuco. Mas o que isso significa? Significa que faltam profissionais capacitados no mercado. Resultado: diante da dificuldade de contratar, as empresas têm duas opções. Ou importam mão de obra qualificada de outros estados e até mesmo de fora do País ou capacitam seus próprios técnicos. A primeira alternativa, além de mais cara, não proporciona a devida contribuição ao desenvolvimento dos profissionais da região e não mobiliza a equipe para o crescimento profissional. Essa é uma das razões para as organizações estarem investindo cada vez mais em capacitação.
Mas se, por um lado, as empresas precisam dar mais visibilidade ao que oferecem, por outro os profissionais devem aproveitar melhor as oportunidades que estão sendo oferecidas. Muitos deles são recém-chegados ao mercado, e poucos se dão conta das vantagens existentes no seu próprio ambiente de trabalho. Na ânsia de ascender rapidamente na carreira e obter sucesso imediato, a maioria tem preferido manter o olho no “gramado do vizinho” (que é sempre mais verde), em vez de enxergar as reais chances de crescimento de que as empresas dispõem. Assim, terminam mudando constantemente de emprego sem antes ter aproveitado o que de melhor o antigo trabalho oferecia à sua formação.
Considerando essa perspectiva, é importante que você se pergunte: A organização onde trabalho oferece programas de desenvolvimento? Promove treinamentos técnicos ou cursos de aperfeiçoamento? Possui profissionais que me acompanham e estão dispostos a me ensinar? Dá oportunidade de crescimento aos profissionais da casa? E mais: No meu dia a dia de trabalho, tenho aprendido novas técnicas ou adquirido novos conhecimentos? Tenho tido contato com pessoal mais experiente da área? Tenho tido acesso a informações importantes sobre o dinamismo do mercado onde atuo?
Se você respondeu sim à maioria das perguntas acima, é porque essa empresa lhe oferece muitas vantagens. Talvez mais do que as que você consegue enxergar.
No início da carreira, é importante saber reconhecer as oportunidades e aproveitá-las bem. Para a sua formação profissional, quanto mais conhecimento e experiência você adquirir, mais capacitado estará para alçar voos mais elevados. Por isso, ainda que você mantenha um olho na vizinhança, procure voltar o outro para dentro do seu próprio gramado. Pode ser que nele já rolem os atrativos que mais interessam…
O mercado profissional no Brasil e especialmente em Pernambuco está vivendo uma época ímpar, com oportunidades de emprego para profissionais de diferentes áreas de atuação, novos ou mais experientes. Sendo assim, o desafio de ingressar e se manter no mercado de trabalho torna-se menor, certo? Errado!
A oferta de vagas não reduz a dimensão dos desafios que aguardam os jovens profissionais. Ela reflete um crescimento econômico e, consequentemente, um mercado cujo nível de exigência é cada vez mais alto.
Nesse contexto, nada mais natural que o aumento da competitividade. Entre as empresas, a disputa pelos melhores é acirrada, e as estratégias para atrair e reter talentos são cada vez mais desenvolvidas e aperfeiçoadas.
Para os profissionais, é o momento ideal para pensar estrategicamente como se preparar para dar conta dessa competitividade, como se posicionar no mercado e como atingir o futuro que deseja para a própria carreira. Esses elementos, entre outros, compõem o que chamamos de estratégia profissional.
Muito cedo para pensar nisso? De jeito nenhum! Como afirmou o futurista Alvin Toffler, “Ou você tem uma estratégia própria ou então você faz parte da estratégia de alguém”. Ou seja: quanto mais cedo você começar a pensar na sua, menores os riscos de ficar à mercê da estratégia de alguém. Isso possibilita criar condições de fazer melhores escolhas e de agir de acordo com o que se pretende num futuro próximo.
Para tanto, é essencial ter visibilidade de onde se quer chegar, ou seja, do futuro pelo qual se está competindo, pois essa postura nos permite interferir nele. Além disso, uma segunda condição é ter a certeza de que esse futuro não está assegurado e que, portanto, para que ele possa tornar-se realidade, é imprescindível pensá-lo de forma ordenada.
Uma dica importante é não deixar que as ideias fiquem apenas “na cabeça”. Formalizar o pensamento colocando-o no papel pode ajudar na formulação do plano de ação e no acompanhamento das ações programadas. É comum que ajustes sejam feitos ao longo da trajetória, considerando o contexto de mudanças constantes em que vivemos e os novos conhecimentos e experiências que se incorporam à nossa vida. Nesse sentido, não vale esquecer a importância do acompanhamento constante; afinal, ninguém quer ser pego de surpresa ou correr o risco de perder o foco no meio do caminho.
Portanto, atenção: é possível começar a construir o futuro hoje, de forma ordenada, a partir de formulação de sua estratégia profissional. Acompanhá-la sistematicamente vai permitir identificar oportunidades e encarar eventuais problemas como desafios. Esse é um bom caminho para conseguir transformar intenções em atos e desejos em fatos.
Marketing pessoal
Tão acirrada quanto a competição no mercado de produtos e serviços é a competição no mercado de trabalho. Ao adquirir um bem ou serviço, o consumidor precisa ter segurança de que está fazendo uma boa escolha. Com o empregador também é assim ao contratar um profissional.
Por isso, a conquista e a manutenção de um lugar no mundo corporativo muitas vezes se assemelha ao processo de construção e consolidação de marcas, tão utilizado pelo marketing. E as pessoas têm recorrido cada vez mais ao marketing pessoal para serem bem-sucedidas nessa disputa. Mas em que consiste o marketing pessoal?
Quando alguém deseja vender um produto, precisa seguir basicamente alguns passos. Em primeiro lugar, expô-lo — o público precisa saber que ele existe. Em seguida, divulgar seus pontos positivos e mostrar ao consumidor por que aquele produto é indicado para suas necessidades. Para isso, é necessário o conhecimento desses atributos. No mundo corporativo, você precisa aparecer, construir uma boa imagem e saber transmitir suas qualidades para o empregador. Por onde começar?
Conhecer os pontos positivos — que devem ser ressaltados — e as vulnerabilidades — que precisam, na medida do possível, ser superadas — é um passo fundamental para “vender” sua imagem. Investir num bom currículo também é indispensável: ele é seu cartão de visitas. Selecione as informações relevantes para o cargo a que você está se candidatando e evite excessos. E atenção ao vestuário: ele também é uma peça importante para a sua imagem.
A comunicação é a chave de um bom marketing pessoal. Afinal de contas, a única maneira de se expor e se fazer reconhecido em um processo seletivo é comunicando-se. E não é importante apenas para o marketing pessoal, pois as organizações supõem que pessoas comunicativas se relacionam bem, atraem bons negócios e têm potencial de liderança.
Procure apresentar-se com transparência: não adianta construir uma imagem que não corresponde à realidade. Quando isso acontece, a convivência desfaz essa imagem, e a credibilidade é afetada.
Depois de todas essas etapas, é importante lembrar: o marketing pessoal vale também para o dia a dia na empresa. A imagem que foi construída deve ser conservada e — sempre que possível — aperfeiçoada. Não basta convencer a organização de que você foi uma boa escolha: é importante manter a satisfação do empregador e renovar sempre a confiança que lhe garantiu aquela oportunidade.
Finanças pessoais
O primeiro contato do estudante com o mercado de trabalho, em geral como estagiário, costuma criar uma agradável sensação de poder de compra. Nesse momento, boa parte dos jovens profissionais quer “tirar o atraso” em relação ao consumo. Mas atenção: a educação financeira faz parte da sua formação profissional e deve começar tão logo surjam as primeiras atividades remuneradas, seja qual for o valor dessa remuneração.
A forma mais comum de remuneração no início da vida profissional é a bolsa, que representa uma ajuda de custo e deve ser usada, preferencialmente, em deslocamento, alimentação e apoio acadêmico, como compra de livros, idas a congressos, etc. Isso implica estabelecer limites e prioridades no uso do seu dinheiro.
As inúmeras facilidades oferecidas a jovens estudantes criam uma falsa ilusão de independência e uma sensação de que o poder de compra é bem maior do que na realidade. Contas e cartões universitários e o famoso cheque especial são tentações que, muitas vezes, levam o jovem a gastar mais do que recebe e a acumular dívidas já no início da carreira. Os apelos para esse público são os mais diversos, da moda à balada, passando por todo tipo de produtos high tech.
Segundo estatísticas, jovens entre 20 e 30 anos já ocupam parte significativa das listas dos serviços de proteção ao crédito. Isso, vale alertar, pode diminuir as chances de empregabilidade, pois várias empresas têm acesso a esses bancos de dados e, em suas seleções, preferem profissionais mais equilibrados financeiramente. A razão é simples: o desequilíbrio financeiro reflete-se nos mais variados aspectos, tanto de relacionamento quanto de desempenho.
Tenha sempre em mente: o gerenciamento dos recursos financeiros deve começar cedo, por mais escassos que eles sejam. Até porque o descontrole não depende do valor recebido, mas, sim, da maneira como se vê o dinheiro. Uma boa convivência com as finanças pessoais requer organização e autocontrole. Portanto, cultive sempre hábitos saudáveis, como registrar gastos e rendimentos, estar atento às pequenas despesas, não cair na armadilha do crédito fácil e, principalmente, poupar. Afinal, a estabilidade futura e até a sua carreira dependem de uma postura equilibrada desde o começo.
Empregabilidade 2
O que uma empresa espera de um profissional? Se você pensou em algo como um bom currículo, acertou — mas em parte. Isso porque o perfil esperado pelo mercado de trabalho mudou. As habilidades técnicas estão sendo associadas à postura do profissional e ao comprometimento com a empresa, que não busca apenas funcionários: busca parceiros.
A postura do profissional é que vai determinar sua importância dentro da organização, que precisa enxergá-lo como fundamental na construção do futuro. Nesse contexto, não há mais espaço para os burocratas. Para quem está ingressando no mercado de trabalho, vale uma dica: procure adaptar sua base de conhecimentos à nova realidade exigida.
Em termos práticos, existe uma lista básica de competências que a empresa espera de você para tê-lo como “parceiro indispensável”. Iniciativa, antecipação e capacidade de resolver problemas são características fundamentais. Além delas, a disponibilidade, o engajamento, a fidelidade e, acima de tudo, a ética compõem o “retrato” de um profissional qualificado.
Para completar as competências exigidas pela empresa, o profissional deve também cultivar hábitos que valorizem sua imagem no mercado, tais como: curiosidade para o aprendizado, persistência, boa apresentação pessoal, habilidade para trabalhar em equipe e manutenção de uma rede de contatos (network). Além disso, deve ter uma marca pessoal estabelecida, como bom humor, pontualidade, cordialidade, etc.
Como se vê, o caminho da empregabilidade, hoje em dia, conta com diversas variáveis. Contemplar todas elas não é fácil, mas procurar atendê-las é o melhor meio para chegar aonde se deseja.












