Ser acessível não significa ter intimidade
Falamos outras vezes sobre a importância de o líder estabelecer um relacionamento franco com a equipe e ser um profissional de fácil acesso, com disponibilidade para o diálogo. Porém, é preciso cuidado, pois acessibilidade não significa ter intimidade, e quando as relações entre gestores e subordinados ultrapassam o limite do profissionalismo, as consequências podem vir para todos.
Conciliar hierarquia e amizade no ambiente de trabalho exige maturidade e bom senso. No entanto, não são raros os gestores que, em busca de um maior engajamento por parte dos seus liderados, acabam misturando as relações e comprometendo a condição de ser imparcial e, consequentemente, o exercício da liderança.
Quando vira intimidade e abrange uma convivência para além da empresa, essa relação se torna um risco para os dois lados. O gestor acaba tendo dificuldades em impor limites ou, até mesmo, pecando pelo excesso de rigor como uma forma de mostrar que não protege nem privilegia. Já o subordinado, por sua vez, corre o risco de querer assumir uma postura de “amigo do chefe”, com benevolências e acesso a informações restritas, o que pode impactar negativamente no seu próprio desempenho e no relacionamento com a equipe.
Por isso, o gestor precisa ter muito cuidado na estratégia que vai adotar para estar próximo dos seus liderados. É preciso sim investir no vínculo com as pessoas, mas com o equilíbrio e o distanciamento necessários para respeitar a relação de hierarquia e garantir o enquadramento profissional.