Por que os sistemas de remuneração fracassam?
O sistema de remuneração variável, em que os profissionais recebem, além do salário fixo, adicionais e compensações financeiras conforme seu desempenho, tem sido uma iniciativa das empresas com o propósito de obter da equipe maior compromisso, empenho e satisfação com o trabalho. Porém, não é difícil encontrarmos organizações frustradas com o resultado desse projeto e que fracassaram ao tentar implantar o sistema. Mas por que isso acontece?
Muitos sistemas de remuneração variável não são bem sucedidos porque falta clareza em seus objetivos e na lógica de seu funcionamento. E quando isso acontece, acabam gerando mais problemas do que efetivamente motivando os empregados. Numa empresa em que as pessoas não têm visibilidade do seu papel na cadeia produtiva e de como seu trabalho contribui para que a organização alcance os resultados almejados, é muito provável que os adicionais financeiros sejam vistos apenas como um dinheiro que entrou a mais no fim do mês, sem qualquer significado motivacional ou de associação ao desempenho.
Então, para que realmente cumpra o seu papel, o sistema de remuneração deve, além de ser consistente e voltado para a dinâmica, estratégia e eficiência dos negócios da organização, ser intensamente divulgado internamente e ter certeza que todos compreenderam o seu lugar e papel no processo produtivo e como ganharão mais com a melhoria do desempenho. É extremamente importante que todos os profissionais da organização conheçam a lógica e os critérios do sistema, evitando expectativas irreais geralmente criadas por falta ou confusão de informações.
Outro ponto importante é ter em mente que as pessoas tendem a orientar as suas atitudes usando como referência a maneira como são avaliadas, portanto, os parâmetros e critérios de mensuração de desempenho precisam ser aqueles que fazem a diferença no processo produtivo e nos resultados, evitando o sentimento de equipes com desempenho espetacular, mas sem impacto significativo nos números da empresa.