O que fazer quando, numa empresa familiar, alguém da família não cumpre um bom papel?
Sou gestor em uma empresa familiar e tenho na equipe um profissional que é da família, mas que tem dificuldade de respeitar as regras da organização. Falta sem comunicar, perde prazos e descumpre acordos frequentemente. O que devo fazer?
Não é uma situação tão simples de resolver já que estamos falando de um profissional que tem um vínculo familiar com os donos da empresa – pode ser um filho, sobrinho, irmão etc. Mas independente de quem seja, o gestor não pode colocar em risco a gestão da sua equipe e o atingimento dos resultados, portanto, mesmo sendo difícil, o tratamento da situação é imperativo.
Por mais que seja uma tarefa ingrata para o gestor tratar de situações de falta de compromisso de um profissional da família, não fazê-lo pode causar um prejuízo ainda maior no grupo, instalando-se uma situação de proteção e privilégio. Claro, existe o medo de que a tratativa leve a algum tipo de retaliação, mas é importante lembrar que faz parte das responsabilidades do líder manter o bom padrão de desempenho de sua equipe e esta é uma tarefa indelegável.
Nesses casos, a primeira recomendação é conversar com o profissional, pontuar as dificuldades apresentando evidencias, reforçar os padrões estabelecidos pela empresa e lembrar que qualquer acordo deve servir para todos, a menos que exceções sejam combinadas previamente. É importante tentar fazer com que ele compreenda que, justo por ser da família, a expectativa em relação ao seu desempenho é ainda maior e ele deve, inclusive, servir como exemplo para os demais.
Quando a conversa não é suficiente para modificar o comportamento e se as dificuldades, portanto, persistirem, a recomendação é levar ao conhecimento da direção, mesmo que isso signifique tratar com o próprio parente do profissional. Nestes casos, pode facilitar bastante contar com uma avaliação ampliada, ou seja, incluindo percepções de outros gestores e desconcentrando de uma visão única. Fazendo dessa forma, se diminui o risco de uma contra-argumentação que remeta a uma implicância pessoal ou algo do tipo. Empresas que já possuem um sistema de avaliação de desempenho formal saem na frente nestas tratativas.
Enfim, por mais que pareça uma saia justa, o gestor não deve exitar em levar adiante e tentar resolver a situação. A experiência tem mostrado que é possível se sair bem sucedido, contanto que se mantenha o enquadramento o mais profissional possível.