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A armadilha de achar que é insubstituível

Publicado por:
22 fev

10.21

É muito comum encontrarmos nas empresas profissionais que conhecem suas competências e que podem usá-las a seu favor quando precisam. Essas pessoas se sentem tão seguras dos seus lugares que, muitas vezes, acabam usando de ameaças para barganhar vantagens. Essa atitude, porém, traz grandes riscos e em algum momento fará a empresa chegar ao seu limite.

Geralmente, profissionais com essa atitude são aqueles que sabem que são bem avaliados pela empresa e pelo seu gestor imediato ou, até mesmo, que se sentem seguros por acharem que a organização precisa deles no quadro, seja porque só eles possuem o histórico de informações ou dominam determinado procedimento, ou simplesmente porque se acham os melhores na atividade que desempenham. Ao mesmo tempo, também é comum encontrarmos empresas que reforçam esse discurso de que “fulano é muito importante, sem ele não teríamos esses resultados” ou de que “não vamos mexer com fulano, não podemos ficar sem ele”.

Para o profissional, essa dependência pode até gerar um sentimento de “tranquilidade” em relação à sua estabilidade no mercado. Pode ajudar também a conseguir alguns pleitos em função da importância dada a ele, como aumento de salário, concessões ou benefícios especiais, entre outras vantagens. Mas, é preciso ter atenção e cuidado, pois ninguém é insubstituível. E se a pressão for além do limite, a empresa pode optar por correr o risco e desligá-lo do quadro de forma intempestiva ou montar uma estratégia de desligamento, o que é mais comum.

Até porque, quando essas concessões e privilégios são muito frequentes, o profissional beneficiado acaba destoando do resto da equipe, o que prejudica o clima organizacional como todo. Afinal, é muito difícil lidar com alguém que se acha “intocável” ou que se sente superior aos demais. Além disso, tal dependência por parte da empresa pode trazer outras desvantagens para o profissional, como dificuldade para tirar férias, mudar de atividade ou até mesmo receber uma promoção, já que a organização não pode perdê-lo naquela determinada função. Por isso, é preciso ter atenção. A sensação de estabilidade pode, no fim das contas, ser uma armadilha para a carreira profissional.

Da mesma forma, para as empresas, essa relação de dependência é sempre um risco. Não se deve reforçar a ideia de que determinado profissional é insubstituível e, principalmente, é preciso criar mecanismos para não depender de ninguém. Por isso é importante que todos na equipe tenham substitutos e que haja um rodízio de funções, nem que seja durante o período de férias, que exista um sistema de compartilhamento de informações e que sejam criados métodos de registro do histórico e dos padrões da organização (que, hoje, chama-se de Gestão do Conhecimento).